Originally shared by Miguel Afonso Caetano"Ou seja, a classificação de "Bom", sendo uma palmadinha nas costas semântica, é na prática uma sentença de morte. As unidades de investigação classificadas como "Bom" terão um financiamento base irrisório, nalguns casos de 5000€ anuais. E nos concursos para contratar investigadores nunca terão qualquer hipótese. Nenhum candidato a doutoramento, a pós-doutoramento ou Investigador-FCT terá a sua candidatura aprovada se a sua instituição de acolhimento tiver a péssima classificação de "Bom". "Bom" é mau. Lembremos que as taxas de sucesso destes concursos são actualmente de cerca de 10% e que candidatos com classificações superiores a 90% são recusados. Portanto, os centros com "Bom" terão uns trocos para comprar tinteiros e sacos de lixo, mas não poderão ter novos investigadores durante vários anos. À medida que os contratos e bolsas dos velhos investigadores terminarem, os equipamentos, nalguns casos fruto de avultados investimentos, ficarão a apanhar pó.
Assim, de um universo de 322 unidades de investigação:
- 154 não passaram à segunda fase e já têm a sua nota final. Desses, 71 têm "Insuficiente" ou "Razoável", ou seja não terão qualquer financiamento. Os restantes 83 têm "Bom", ou seja também estão lixados. Além de um financiamento irrisório, não poderão ganhar concursos para contratar recursos humanos. Isto significa que cerca de metade das unidades de investigação têm a sua actividade seriamente posta em causa.
- 168 centros passaram à segunda fase de avaliação. Não têm nota neste momento e poderão vir a ter qualquer classificação. Nada impede que algumas venham a ter "Bom" e a aumentarem o panteão zombie."
FCT CONDENA METADE DAS UNIDADES DE INVESTIGAÇÃO EM PORTUGAL E NÃO APENAS 22%